Histórias Relatadas:


    Nesta sessão, vamos contar algumas histórias que chegaram até o blog, ou divulgadas na internet, por pessoas que foram violentadas por homens:

M. G. B., 26 anos, empregada doméstica
Trabalhava na casa de um empresário desta cidade há sete anos. Um dia a esposa dele chegou em casa e passou direto para o quarto deles, ao qual só têm acesso eles dois, pois fica tudo trancado. Eram as 4:00 da tarde, às 4:30 ela tinha médica, foi para a consulta levando consigo a bolsa, trancou o quarto e saiu. No dia seguinte, quando cheguei ao trabalho às 6:00 da manhã, fui acusada de ter roubado dinheiro da bolsa dela, da qual estavam faltando 3.100 reais. Ela veio me fazer a acusação e em seguida voltou para o quarto. Poucos minutos depois chegou o esposo perguntando pelo dinheiro, eu respondi que não sabia nada e começou a me bater com tapas no rosto para me forçar a assumir o furto. Como eu continuava a dizer que não tinha feito nada, colocou uma sacola na minha cabeça tentando me asfixiar. Depois tirou esta sacola da minha cabeça e saiu dizendo que ia buscar a polícia. Eu voltei ao meu trabalho e pouco tempo depois ele chegou com três amigos. Me obrigaram a entrar no carro dele e me trouxeram até a minha casa. Quando chegaram, meu esposo estava tomando banho. Eles empurraram a porta para dentro e meu marido chegou correndo para perguntar o que estava acontecendo. Disseram que eram da polícia, então meu esposo perguntou um mandato de busca para entrar na nossa residência e um deles sacou um revólver, o apontou contra o peito dele e disse que seu mandato de busca era aquele. Então começaram a revirar tudo procurando o dinheiro: guarda-roupa, bolsas, gavetas, tudo o que tinha lá em casa... Colocaram de novo uma sacola na minha cabeça e começaram a bater no meu rosto e me dar chutes. Jogaram meu esposo encima do sofá, apontaram a arma na sua cabeça e disseram que se o dinheiro não aparecesse atiravam nele. Me amarraram com fio de luz, com as mãos para atrás, e algemaram meu marido com algema de dedo. Então quebraram todos os cofrezinhos de gesso que tinha lá em casa, tiraram todo o dinheiro (2.725 reais, as nossas economias), levaram as nossas duas televisões, o som, o som do carro do meu esposo e ainda nos levaram - eu amarrada com fio de luz e meu marido com os dedos algemados - para o estacionamento do condomínio dele. Ai disse que se a gente não entregasse o dinheiro ia nos matar. Depois de nos ameaçar a agredir muito verbalmente, nos levaram de volta para casa e tiraram dai tudo o que ficava, todos os pertences que a gente tinha. Ainda por cima, foi à delegacia denunciar a gente de furto, mas a gente veio aqui dar entrada por danos morais.

S. M. S., 40 anos, empregada doméstica
O mês passado fui estuprada pelo meu ex marido mas fiquei com pena dele e tirei a queixa da delegacia, então ele voltou a praticar outros crimes comigo. Colocou água, gelo e açúcar numa camisinha cheia de esperma dele e me obrigou a tomar. Depois de eu vir de novo dar parte na delegacia, veio para mim chorando, pedindo que tirasse a queixa. Ele não é de Natal, é de Alagoas e está sozinho aqui, além do mais tem um bom emprego e tudo isso me deixou mais uma vez com pena dele, não queria prejudicá-lo nem sujar seu nome. Assim retirei a queixa outra vez e desisti de processá-lo. Então no domingo passado ele entrou na minha casa botando a porta para dentro, me agrediu, ainda estou com o corpo todo arranhado. Chegou a dizer que tinha falado aos amigos dele que não ia me matar mas ia trazer para eles uma orelha minha. Me atirou encima da cama, cuspiu na minha cara e disse que do jeito que fez comigo fazia na cara da delegada. Depois pegou um espeto de churrasco para me ferir, lutei com ele e ele furou minha mão, ainda tenho as marcas. Agora eu pretendo levar adiante o processo sem pena, sem dor nem nada, porque ele não tem pena de mim.

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